Você já parou para pensar que os MVs de “Daechwita”, “Haegeum” e “Amygdala”, do trabalho solo de Suga, do BTS, como Agust D, podem ser uma obra única, na forma de trilogia?
Nesse artigo sobre essas três obras icônicas vamos analisar uma teoria curiosa, que nasceu na primeira vez que a cicatriz sobre o olho de Agust D apareceu, no MV de “Daechwita”. Vamos chamar de “a trilogia da cicatriz do Agust D”, ok?
Mas antes, vale dar o contexto. Vou correr o risco de parecer redundante para quem é Army há mais tempo, mas a gente escreve para todo mundo, e tem pessoas chegando no fandom a todo momento (ainda bem!). Então vai um breve retrospecto da carreira de Suga no BTS e do surgimento de Agust D. Até porque a gente sabe que nada é por acaso no trabalho deles, e esse detalhe da cicatriz pode ter sua origem lá nos primórdios do BTS.
Min Yoongi = Suga = Agust D
Ele não é um. É vários. A gente conhece bem o Suga, do BTS, rapper, cantor, performer, compositor, produtor, dançarino e dono do sorriso gengival mais fofo do planeta.
O Army também é fã do Suga em sua versão solo, que atende por Agust D, o rapper mais porrada do Oriente, com suas letras contundentes, sem dó de colocar o dedo em qualquer ferida, seja em temas pessoais, culturais ou sociais.
Mas ele também é Min Yoongi, uma pessoa complexa, que só se deixa perceber quando quer.
Yoongi nasceu em 9 de março de 1993 em Daegu, Coreia do Sul. A paixão pela música deve ter nascido com ele porque começou a compor e produzir aos 13 anos. Aos 17, ele ainda não era Suga. Conhecido como “Gloss” (eu sei, eu sei…), trabalhava em meio período em um estúdio de gravação, fazendo mixagens.
Foi com essa experiência como produtor no cenário underground e frequentador ativo do cenário musical alternativo do rap local que ele aprendeu o que precisava para ser aceito em 2010 pela Big Hit Entertainment (atual HYBE), após ser aprovado em uma audição que inicialmente buscava dançarinos.
A Big Hit pode ter percebido que o talento para dança, naquela época, era próximo ao nulo. Por outro lado, ele se encaixou direitinho na proposta da criação de um grupo que fizesse as próprias músicas. Ao lado de RM e dos produtores musicais da agência, ele formaria o primeiro núcleo de composição de músicas e letras.
Confira o teste do candidato Min Yoongi para a Big Hit, em 2010
A gente sabe que o BTS não foi um sucesso imediato. Até porque a fórmula desse sucesso foi criada por tentativa e erro. Era para ser um grupo de hip hop. Não à toa, eles tinham uma rap line para lá de consistente, formada por RM, Suga e J-Hope. Na vocal line, Jin, V, Jimin e Jungkook. Todo mundo trabalhando duro para cantar e dançar perfeitinho, como manda a cartilha do K-pop. No meio do caminho, o conceito mudou para algo mais pop. Lá foi nosso Suga se adaptar, coisa que mostrou saber fazer com facilidade. Nos anos seguintes, se tornaria um produtor de hits. Hoje, Suga é considerado um dos maiores produtores musicais daquele lado do mundo.
Mas voltemos ao jovem e perdido na vida Suga. Ok, ele só queria ser um compositor, mas não era bobo, nem nada. Quando viu a chance de ser um idol, por que não? Para a Big Hit, mesmo que ele então não fosse o melhor cantor e dançarino, tinha algo que faria aquele grupo específico ser diferenciado: a capacidade de criar. É verdade que o BTS não foi o primeiro grupo do K-pop a fazer as próprias músicas, mas Suga sempre foi uma força criativa que nenhum produtor musical poderia dispensar. A Big Hit sabia o que tinha nas mãos quando agarrou o menino.
Junto com Suga vinha a pessoa Min Yoongi. Não é dos mais abertos do grupo, não gosta de aparecer, é um tanto marrento, dá algumas respostas bem atravessadas em entrevistas ou simplesmente fica com aquela cara de tédio de “alguém me tira daqui!”.
No início, era o cara com menos grana. Suga era trainee na Big Hit, sem ter a menor certeza se iria ou não debutar. No tempo que sobrava entre treinos, ensaios e criação artística, trabalhava em loja de conveniência e fazia entregas de moto. Deu ruim. Sofreu um acidente que rompeu ligamentos do ombro. O certo seria operar e passar por um longa recuperação, mas não deu porque, no meio do caminho, o BTS estourou. A agenda de apresentações ficou cada vez maior. Suga se apresentou pelos anos seguintes com dor. Não raro, precisava de injeções anti-inflamatórias antes e depois dos shows, para aguentar o tranco. A operação só aconteceria muito recentemente, em 2020, na pausa forçada pela pandemia.
Como Suga (o apelido vem de uma posição de basquete, seu esporte preferido, chamada “shooting guard”), ele logo se destacou como uma das cabeças pensantes do grupo e, lógico, pela capacidade de fazer rap ácido e nervoso. Como produtor, seu talento foi utilizado não só para o BTS como para outros artistas, tanto que ele foi premiado como melhor produtor no Mnet Asian Music Award, o Mama, em 2017, pela música “Wine”, da cantora Suran.
O nascimento de Agust D
Muito antes da atual pausa do grupo, necessária devido ao alistamento obrigatório para todos os homens sul-coreanos, Suga já havia criado seu alterego Agust D. Um acrônimo simples, mas criado para expressar coisas complexas e pesadas, que Suga não podia dizer como “o Suga do BTS”. O nome Agust D vem de “DT” (Daegu Town, sua cidade natal) e “Suga” escrito de trás para frente.
Agust D surgiu em 2016, quando Suga lançou sua primeira mixtape homônima, disponibilizada gratuitamente, para mostrar um lado mais cru e pessoal, longe da imagem polida do BTS. “Agust D” é visceral e eu sinceramente recomendo a experiência de ouvir do começo ao fim. Só não garanto que se saia inteiro depois disso. Além de ataques sociais virulentos, Suga como Agust D é de uma franqueza dolorosa, mas necessária, explorando temas como a luta contra a depressão, ansiedade e pressões da indústria musical. É nessa mixtape que ouvimos “The Last”. Guarde essa informação.
Sua segunda mixtape, “D-2“, lançada em 2020, abordou temáticas mais amplas como identidade, liberdade e críticas sociopolíticas, mostrando sua maturidade artística. Já em 2023, com o álbum “D-DAY“, Suga encerrou sua trilogia como Agust D, trazendo um olhar reflexivo sobre suas experiências pessoais e a efemeridade da vida.
O fechamento da trilogia de álbuns deixa a dúvida que incomoda o Army: Suga vai “matar” Agust D? Simplesmente não sabemos. Pessoalmente, acredito que Agust D vai existir enquanto se fizer necessário para Suga.
Os MVs da Trilogia da Cicatriz: “Daechwita”, “Haegeum” e “Amygdala”
Mas este não é um artigo sobre toda a obra de Suga aka Agust D, até porque daria para escrever um livro só sobre o tema. O foco está na possível “trilogia da cicatriz de Agust D”, formada por três músicas de sua carreira solo: “Daechwita”, que faz parte do álbum D-2, lançado em 2020, e “Haegeum” e “Amygdala”, presentes no terceiro álbum, D-DAY, lançado em 2023. Se essa “cicatriz” ainda vai render mais coisa, não sei, mas até agora, caramba, Suga, meu querido, que surto foi esse?
Assistir os MVs é importante para a compreensão das músicas como um todo, vai por mim. Também é preciso ter as letras traduzidas nas mãos ou habilitadas nas legendas. E foi nos MVs que a “trilogia da cicatriz” apareceu pela primeira vez.
Se a gente forçar um pouco a barra, pode encontrar um possível surgimento de um ferimento no olho de Suga muito antes de Agust D, no MV de “Run”, quando Jungkook acerta um murro no rosto de Suga durante uma briga, supostamente por causa de uma namorada. Se a ideia para um ferimento mais incisivo nasceu aí, é só teoria mesmo.
Daechwita na Trilogia da Cicatriz de Agust D
O MV de “Daechwita”, lançado em maio de 2020, foi filmado em um set histórico. “Daechwita” é poderosa logo de cara. A palavra “Daechwita” se refere a uma forma de música militar tradicional coreana e os primeiros acordes basicamente são um sampler desse tipo de som. A partir deste MV, Agust D sempre vai passar a se apresentar nos demais vídeos sempre na forma de duas pessoas diferentes, e preste atenção na evolução disso. Repare também no design de produção, no uso das cores azul e laranja, e na fotografia. Esses padrões vão se repetir em “Haegeum”.
Assista o MV de “Daechwita” para começar a entender a Trilogia da Cicatriz de Agust D
O primeiro personagem a aparecer em “Daechwita” é um Suga vestido como rei, um ser arrogante, senhor do castelo histórico. O segundo personagem, um Suga “atual”, irá confrontar essa ordem estabelecida. Tanto protagonista quanto antagonistas possuem a cicatriz que corta um dos seus olhos, no sentido vertical. Isso irá se repetir nos demais vídeos da “trilogia”.
A letra traz basicamente a história de Suga, um cara que veio do nada, se fez rei e não está nem aí para o que dizem dele.
O que mais me pegou na música foi a levada esperta na repetição de um som de algo como um gongo com um eco em toda a música, por baixo de batidas implacáveis e de um flow na base do grito. É a briga entre tradição e contemporaneidade o tempo todo.
Música + letra + MV numa palavra? Raiva.
O papel de Haegeum na continuidade da Trilogia da Cicatriz de Agust D
Aí chegamos em “Haegeum”, lançada em 2023 como parte do álbum “D-DAY”. Aqui a coisa fica ainda mais complicada, mas existem alguns detalhes em comum com a obra anterior. Para começo de conversa, temos novamente a questão da tradição X contemporaneidade, que já havia aparecido em “Daechwita”. “Haegeum”, aliás, é o nome de um instrumento tradicional na música coreana.
Assista o MV de “Haegeum”
Também em comum com o MV de “Daechwita”, temos os mesmos padrões de azul e laranja no design de produção e fotografia. E, claro, lá está a cicatriz no rosto de Agust D novamente, mas dessa vez apenas no personagem chefão do crime, o rival do ladrão audacioso.
A palavra “Haegeum” também pode ser traduzida como “libertação” e a letra complexa traz trechos que eu vou deixar para você interpretar como quiser:
- “Liberdade de expressão talvez seja a causa da morte de alguém”;
- “Eu espero que você saiba a diferença entre liberdade e autoindulgência”;
- “Um grande fluxo de informações proíbe a liberdade de imaginação ao mesmo tempo”;
- “Agora até a liberdade de pensamento é violada”.
O MV é “absolute cinema”. A cena inicial, com Agust D como assassino a la John Wick é inesquecível.
“Haegum”, além de falar sobre liberdade de expressão, é uma porrada anticapitalista, o que pode soar estranho saindo de alguém que foi forjado pelo mais puro suco capitalista, que é o soft power coreano. Não se enganem, o K-pop é um produto cultural e de poder político. Não é irônico, entretanto, que a liberdade para dizer o que ele bem entende como Agust D só tenha se dado após ele ter se firmado como idol do BTS? Ele sabe disso. E o mais legal é jogar isso na cara de todo mundo com um MV caríssimo produzido por toda essa grana para dizer o que ele bem entende.
Se até “Haegeum”, Suga se firmou como o idol que me fazia parar e pensar, em “Amygdala” a coisa tomou outro rumo. Há muitas reações possíveis na primeira vez que se assiste: surpresa, choque, choro. Consuma com moderação. Agust D está ficando perigoso.
Amygdala Fechando a Trilogia da Cicatriz de Agust D
O videoclipe de “Amygdala” é o mais introspectivo dos três, explorando traumas e experiências pessoais de Suga. O tom é sombrio, e o clipe é repleto de cenas simbólicas, como portas se fechando e espaços apertados, representando a luta contra memórias dolorosas. A cinematografia utiliza jogos de luz e sombra para acentuar a carga emocional, enquanto os cortes lentos e expressões faciais intensas de Suga aprofundam a conexão com o espectador.
Assista o MV de “Amygdala”
(Este vídeo tem restrição de idade pelo seu conteúdo, para assisti-lo clique no player e você será redirecionado ao YouTube.)
“Amygdala” trata de temas sensíveis. O MV já começa com aviso de gatilho, algo que se tornou mandatório nos tempos atuais. Então, segue alerta de gatilho, daqui em diante vamos falar de doença mental, dor e ideação suicida. Não fui eu quem começou com essa história, foi ele!
Ao contrário dos raps furiosos de “Daechwita” e “Haegeum”, “Amygdala” começa com a voz doce, quase em um gemido, na frase “I don´t know your name” (“Eu não sei seu nome”), que se repete algumas vezes. Ao contrário do azul e laranja que marcou a filmografia dos MVs anteriores, aqui é tudo cinza. Há uma sensação de desamparo e desconexão desde os primeiros segundos, e a coisa só vai piorando.
A letra fala sobre memórias, e elas não são boas. Cirurgia de coração na mãe, câncer no pai, o acidente que causou dor por anos. Mas há uma redenção: “As dores intermináveis não conseguiram me matar”. É aquele lance Nietzche: “O que não me mata, me torna mais forte”. Entendemos, Suga, entendemos. Ele canta “Coisas que não desejei. Coisas que estão fora do meu controle”. Pois é.
Dores profundas causam cicatrizes profundas. Ou a gente mesmo acaba abrindo essas feridas. No vídeo, Suga pega um estilete e, embora isso não seja mostrado explicitamente, me parece que a cicatriz que antes vimos em “Daechiwta” e “Haegeum” aqui é feita por ele mesmo no próprio rosto. Automutilação não é brincadeira de criança, acreditem. O acidente de moto também é mostrado, bem como o uso de álcool e remédios, arrematados por uma ida ao pronto socorro do hospital.
O vídeo é como a música. Vai direto ao ponto. Quando vi pela primeira vez, não precisei entender da letra mais do que a única frase em inglês para saber do que a música tratava. Foi um tanto chocante. Na boa, você não espera algo assim de um BTS.
Ok, o BTS sempre falou de questões relacionadas à saúde mental, mas sempre sob um ponto de vista positivo. Os problemas existem, e você precisa se cuidar. Mas aqui é o desespero puro e simples. Cinza, sem retoques.
A amídala existe. É uma pequena parte do cérebro que processa emoções relacionadas ao medo e à ansiedade. Ela também armazena nossas memórias e desencadeia reações imediatas quando nos sentimos em perigo. É para ela que Suga pede ajuda no refrão quase gritado:
“Venha e me salve. Venha e me tire daqui, por favor”.
Apesar da letra mostrar a possibilidade de aprendizado através da dor (“espero que eu tenha feito as melhores escolhas, porque tudo já passou”), o vídeo não vai pelo mesmo caminho. Como sempre, há dois Sugas. Aquele que sobrevive ao acidente de moto e até tenta salvar o outro, e que se mutilou e está preso dentro do apartamento, sem conseguir sair.
Em “The Last”, de 2016 (lembra que eu tinha avisado para não esquecer desta informação? Então…), Suga já havia falado sobre problemas mentais, entre os quais depressão, compulsão e fobia social:
- “Às vezes, até eu tenho medo de mim mesmo”
- “Min Yoongi está morto (eu o matei)”
- “Na minha primeira ida ao psiquiatra, meus pais vieram comigo. Nos consultamos juntos, segundo eles, eles não me conhecem direito. Eu também não me conheço direito, então quem conheceria?”.
- “O doutor me perguntou se eu já tinha tentado (…). Eu respondi sem hesitação que eu já tinha, sim”.
Detalhe importante. Embora falar sobre problemas mentais, atualmente, seja cada vez mais comum, isso ainda é um tabu gigantesco em países como a Coreia do Sul, onde admitir ter doenças como essa é se assumir “fraco” e, pior ainda, sendo homem, menos viril. Suga vem falando disso desde muito jovem, sem medo. Só por isso já merecia aplauso.
E as cicatrizes? O que você quer nos dizer, Suga? Sinceramente, não sei, mas posso especular. A ordem de “evolução delas” é diferente do que na cronografia em que os MVs foram lançados, o que não quer dizer que as músicas foram criadas nessa ordem. Sabemos bem que as coisas não funcionam assim.
“Daechwita” veio primeiro. A cicatriz está bem clara, bem “vermelha” e marcada no rosto dos dois Agust Ds. Em “Haegeum”, ela está quase consolidada no rosto do chefão do crime que é assassinado pelo outro Agust D. E em “Amygdala” ela é auto infringida. Está recente, quase sangrando.
Eu vou arriscar dizer que “Amygdala” foi a primeira música a ser composta, mas estou apenas opinando. Pode, inclusive, ter sido uma versão anterior desta que conhecemos. Há, inclusive, uma menção à criação de uma versão de “Amygdala” em um episódio de “In the Soop”, quando Suga explica o tema da música para Jimin.
Suga explica “Amygdala” para Jimin
Quem faz arte sabe como é. Nem sempre a gente cria a versão definitiva logo de cara. “Amygdala” podia estar literalmente “cortando” Agust D por dentro muito antes.
Ainda bem que veio para fora em forma de música e pode ter sido a ideia fundamental por parte da “trilogia da cicatriz”.
Mais Dados e Curiosidades sobre as Músicas da Trilogia da Cicatriz de Aguts D: “Daechwita”, “Haegeum” e “Amygdala”
Daechwita
- Letras e Temática: Mistura de orgulho pessoal, autoconfiança e reflexão sobre sua jornada.
- Charts: Alcançou o topo de várias paradas globais, incluindo a Billboard World Digital Songs.
- Curiosidade: A música incorpora instrumentos tradicionais coreanos e sons modernos de hip-hop, criando uma fusão única e culturalmente rica.
Haegeum
- Letras e Temática: Questiona a liberdade de expressão e as restrições sociais, incentivando o ouvinte a refletir sobre as prisões mentais.
- Charts: Estreou entre as músicas mais ouvidas no Spotify Global e na Billboard Global 200.
- Curiosidade: O termo “Haegeum” também se refere a um instrumento coreano, reforçando a relação entre tradição e modernidade.
Amygdala
- Letras e Temática: Aborda questões como traumas, memórias dolorosas e o processo de cura emocional.
- Charts: Recebeu destaque nas plataformas de streaming e foi elogiada pela crítica especializada.
- Curiosidade: “Amygdala” faz referência à parte do cérebro relacionada às emoções, reforçando o teor pessoal e introspectivo da canção.
O Significado da Trilogia da Cicatriz de Agust D
A Trilogia da Cicatriz de Agust D não é só uma sequência de MVs cheios de cenas icônicas e uma fotografia impecável — é um verdadeiro colapso emocional embalado por rimas afiadas e produções que deixam a gente sem chão. A cicatriz? Bom, essa parece ser a assinatura visual dessa trilogia, de um homem que já cansou de ser bonzinho e resolveu expor as próprias feridas de um jeito que a gente nem sabia que precisava ver. Mas precisava.
Cada música entrega uma vibe diferente: em Daechwita, temos o Agust D em modo “rei da guerra”, cheio de raiva e pronto para decapitar tudo e todos. Em Haegeum, ele vira o chefão do crime, questionando a tal da liberdade que, ironicamente, todo mundo acha que tem. E aí chega Amygdala, onde ele nos convida para um passeio desconfortável por traumas e dores que muita gente preferiria ignorar — mas ele não, ele quer nos jogar de cabeça nesse abismo emocional.
Se a trilogia acaba aqui? Quem sabe. Talvez Yoongi já tenha seguido em frente, talvez ele esteja nos enganando e um dia apareça com mais um MV para revirar nossa sanidade. De qualquer forma, a mensagem foi entregue: ele faz o que quer, como quer, e a gente só assiste, baba e agradece.
E aí, qual sua interpretação para essa genialidade chamada Trilogia da Cicatriz de Agust D?
Compartilhe com a gente nos comentários, porque isso precisa ser discutido!
Muito obrigado por essa análise. Eu já tinha ouvido falar que as músicas estavam conectadas e ao reassistir os vídeos isso fica muito mais claro.
Mas, as interpretações trazidas aqui são excepcionais. Obrigado por esse conteúdo.
Eu fui lendo o artigo e não conseguia sair dele! Adorei a narrativa e torço todos os dias pra que August D viva muito! Precisamos dele 💜