O SUGA Agust D Tour D-Day The Movie chegou em 2024 como um documentário cinematográfico que foi muito além dos palcos, marcando o início da era dos shows solo dos membros do BTS.
Mais do que apenas registrar uma turnê, o filme mergulha no coração e na mente de Min Yoongi, o artista que se desdobra como o SUGA do BTS e Agust D, seu alter ego na carreira solo.
Lançado nos cinemas globais e posteriormente em DVD, o documentário celebra a grandiosidade da turnê D-Day e revela as camadas profundas de um artista multifacetado.
Se você já é, como todo OT7, apaixonado por Min Yoongi/ SUGA/ Agust D, prepare-se: vai ficar ainda mais encantado com estes registros. São muitas camadas, e todas muito emocionantes.
Aliás, muita gente fala sobre a personalidade “fria e distante” dele, mas quem diz isso simplesmente não o conhece. É verdade que ele é mais reservado e um tanto tímido, mais “na dele”, mas quem acompanha o BTS e sua carreira solo sabe que ele é tudo, menos “frio”.
E os filmes provam isso com imagens – e sentimentos.
Os dois documentários de SUGA Agust D: qual é qual?
Antes de mergulharmos no conteúdo, vamos esclarecer: existem DOIS documentários diferentes:
1. SUGA | Agust D TOUR ‘D-DAY’ THE MOVIE
- Filme-concerto da turnê
- Registra os shows encore em Seul (agosto 2023)
- 1h24min de duração
- Foco: performance ao vivo e energia dos shows
2. SUGA Agust D: Road to D-DAY
- Documentário dos bastidores criativos
- Acompanha o processo de criação do álbum D-DAY
- Viagem por várias cidades do mundo
- Foco: composição, reflexões e bastidores
Agora sim, vamos falar de cada um deles!
Trailer e teasers do filme-concerto
Veja o trailer:
Veja um dos teasers do lançamento do filme:
Mas antes da gente continuar… Por que SUGA é Agust D?
Tanto o filme quanto a turnê trazem os nomes de SUGA, o artista do BTS, e Agust D, seu alter ego na carreira solo. O tempo todo temos SUGA Agust D, juntos.
Mas por que o ser humano Min Yoongi criou essas “personalidades” diferentes?
De forma simples, Min Yoongi é o “CPF”, seu nome como cidadão coreano comum, agora também conhecido como “Professor Min”, o professor de música voluntário para crianças autistas do Hospital Severance e benemérito doador de uma quantia milionária para a causa.
Porque chamam o Yoongi de SUGA?
Yoongi é conhecido mundialmente como SUGA, membro do BTS, rapper, compositor, letrista, produtor (e cozinheiro de mão cheia). O apelido vem da junção de “shooting guard” (posição em que ele jogava no basquete, esporte pelo qual é apaixonado).
Ah, uma curiosidade: muita gente se pergunta como é SUGA em coreano. É assim: 슈가 (na romanização, soaria como algo como “syuga”).
Por que SUGA é Agust D?
Já Agust D surgiu em 2016, quando Yoongi lançou sua primeira mixtape solo. O nome é um anagrama com significado duplo: “Agust D” é a inversão de “DT SUGA”, onde “DT” representa “Daegu Town”, sua cidade natal, e “SUGA”, que é o nome que já usava.
Veja a entrevista dele para o The Tonight Show, de Jimmy Fallon, onde ele explica o significado, no minuto 2:15
Esse alter ego foi criado para expressar um lado mais cru, pessoal e sem filtros de sua arte. Foi uma forma encontrada para fazer uma música diferente, mais agressiva, que não encontrava espaço no conjunto da obra do grupo.
Como curiosidade, vale assistir esse vídeo, produzido por ele para o Spotify na época da promoção do álbum D-Day, onde ele explora a questão do “duplo”.
Veja:
O que significa D-Day Suga? E afinal, quem é quem?
D-Day é o nome do terceiro álbum de Agust D, o que fecha a trilogia iniciada em 2016 com Agust D, seguida por D-2, em 2020.
Com tudo isso, chegamos a qual conclusão?
Basicamente, que não existem 3 “pessoas diferentes” ou 3 “artistas diferentes”. São representações diferentes de uma única pessoa, tão criativa que não cabe em apenas um só.
É possível que toda a narrativa da trilogia de álbuns de Agust D, finalizada com a D Tour e o documentário, seja uma forma de sincronizar estas 3 personas. Ele mesmo explica para RM no Suchwita quando diz que a música People Pt. 2, uma colaboração com IU, seria o equivalente a uma música de SUGA dentro do álbum de Agust D. A D Tour e o documentário finalizaram esse processo.
Veja em:
Qual a duração do filme SUGA – Agust D Tour D-Day The Movie?
SUGA | Agust D TOUR ‘D-DAY’ THE MOVIE é um filme-concerto de 1 hora e 24 minutos de duração, que documenta os shows encore (ou seja, aqueles que finalizam uma série de shows) da turnê mundial de Agust D.
Os shows aconteceram em agosto de 2023, no KSPO Dome, em Seul, Coreia do Sul. As exibições aconteceram em mais 3 mil salas, em 70 países.
A produção utiliza técnicas cinematográficas avançadas para recriar a experiência do show ao vivo:
- Múltiplos ângulos de câmera
- Som remasterizado
- Edição dinâmica
- Conteúdo exclusivo de bastidores
O documentário mostra não apenas o performer, mas o ser humano por trás da persona. Acompanhamos cenas de bastidores, como Yoongi se preparando emocionalmente e interagindo com a equipe, o que dá um gostinho todo especial para a produção.
Um dos destaques do filme são as participações especiais de outros membros do BTS durante os shows em Seul. Foi legal não só por Yoongi levar seus amigos para o palco, mas também porque a gente sabia que aquelas poderiam ser nossas últimas experiências com alguns dos membros se apresentando ao vivo, já que depois disso teríamos o alistamento militar deles.
Participações especiais dos membros do BTS na D-Day Tour
Agust D e RM, a gente já sabe faz tempo, “queimam tudo”, e não foi diferente no encore da D-Tour. Juntos, eles apresentaram Strange em uma versão de arrepiar.
E então ele sai de cena e entrega o palco para que RM simplesmente faça a apresentação da, até aquele momento, inédita Come Back to Me. Em vídeos de bastidores no canal da Hybe, o BangtanTV, a gente veria depois que Namjoon estava nervoso a ponto de tremer ao segurar o microfone, quem diria?
Jimin soltou todo seu lado agressivo ao lado de dele em Tony Montana, claro! Mas como o outro nome de Jimin é dualidade, o jeitinho mais suave aparece logo depois, com Like Crazy, de seu álbum solo Face.
Jungkook ficou perfeito – e quando ele não está? – em dueto com Yoongi D na intensa Burn It e incendiou o palco de vez com seu mega sucesso solo, Seven.
Os duetos aumentaram ainda mais a carga emocional de uma turnê que foi pura emoção, do começo ao fim. E você pode reviver tudo isso assistindo e reassistindo o filme.
Veja aqui:
Sobre o encore transformado em filme, SUGA diria:
“O final da turnê foi tão significativo porque contou a história da minha jornada como SUGA e como Agust D. As emoções ainda estão vivas”.
O filme traz o melhor da D-Tour, a turnê de SUGA, que vamos dissecar agora.
D-Day SUGA significado: a primeira turnê solo de um membro do BTS
A turnê mundial de Yoongi, a D Tour, foi a primeira dele como solista, promovendo o álbum D-Day, lançado em abril de 2023 sob o nome de seu alter ego Agust D. Foi a primeira turnê solo de um membro do BTS, caminho que seria seguido com imenso sucesso por j-hope e Jin.
A D-Day Tour, ao todo,percorreu 10 cidades e realizou 25 concertos, com mais de 320 mil espectadores.
O setlist trouxe músicas do então recém-lançado D-Day, álbum que conclui a trilogia iniciada com as mixtapes Agust D (2016) e D-2 (2020), marcando o fim de um ciclo criativo e emocional.
Aliás, aqui vale um comentário: Yoongi sempre falou que os álbuns formavam uma trilogia fechada, mas foi justamente o fim dessa trilogia que deixou muita gente ressabiada. Significaria também, o fim de Agust D?
Não sabemos, até porque tudo o que envolve a carreira de Yoongi vem sempre com uma camada de mistério, mas a julgar pelo (misterioso até o momento) post em seu Instagram, em 22 de setembro de 2025, Agust D parece estar muito vivo. Afinal, ele postou no perfil que leva este nome (para surto geral do ARMY).
Veja aqui o primeiro post de Agust D após a dispensa militar.
A primeira turnê solo de um membro do BTS
A turnê começou no dia 26 de abril de 2023, em Nova York, e terminou em grande estilo nos dias 4, 5 e 6 de agosto, em Seul.
Números da D-Day Tour:
- 28 shows em 10 cidades
- Mais de 320 mil ingressos vendidos
- US$ 57,2 milhões arrecadados
- Turnê mais lucrativa de um solista coreano até então
O recorde seria quebrado – para surpresa zero do mundo k-pop 😊 – por outro BTS, j-hope que, com 33 shows, arrecadou 84,7 milhões de dólares.
Cidades da turnê:
- Estados Unidos: Nova York, Newark, Chicago, Los Angeles, entre outras
- Ásia: Bangkok, Singapura, Tóquio e Seul
Quem acompanhou as transmissões ou assistiu no cinema, não esquece a emoção em ver, ao vivo, essa viagem sonora pelas três fases da trilogia de Agust D, com músicas como, entre muitas outras, Haegeum, Daechwita, Agust D, Trivia: Seesaw, Snooze e AMYGDALA, músicas com forte carga emocional que foram potencializadas pela performance ao vivo, absolutamente visceral, de Yoongi.
A estrutura narrativa da D-Day Tour: 3 atos
No cinema convencional, a estrutura em 3 atos é uma técnica conhecida e muito utilizada para contar histórias: o primeiro ato apresenta a trama, o personagem e seu conflito; o segundo desenvolve essa trama e o terceiro conduz para a resolução do conflito.
Pois foi exatamente isso que Yoongi fez em cada show de sua turnê – e que também podemos ver claramente na narrativa do documentário, claro.
SUGA | Agust D TOUR ‘D-DAY’ é, portanto, uma jornada psicológica, dividida em 3 atos: conflito, introspecção e libertação.
Um contador de histórias: 3 atos de pura catarse
A narrativa da turnê – e consequente, do filme que registra a D Tour – consolidou Agust D como um artista completo, uma força autoral na música contemporânea, reconhecido não só como rapper e produtor, mas como contador de histórias.
Contar histórias, aliás, não é novidade no BTS. Nenhum álbum do BTS saiu sem um conceito sólido, sem contar uma história com começo, meio e fim. Os MVs são complexos e até mesmo as coreografias são pensadas como narrativas.
O grupo levou seu lado contador de histórias às últimas consequências quando criou o BU, o Bangtan Universe, a lore multimídia que envolve o BTS desde a era HYYH.
E… spoiler, Yoongi não só contou histórias como ainda achou um jeitinho de encaixar o BU, “de leve” em sua turnê e no filme, mas já chegamos lá.
A narrativa do show explorava autoconhecimento, luta interna, cura e libertação, com uma estética “noir” e elementos de ópera rock.
Tudo foi pensado para contar essa história:
- Iluminação dramática
- VCRs (vídeos nos intervalos)
- Efeitos especiais visuais e sonoros
- Design modular do palco
É uma história em 3 atos para falar sobre uma pessoa que também é 3 e que, coincidência ou não, lançou 3 álbuns.
Setlist e músicas da turnê SUGA Agust D
O setlist da turnê D-DAY foi cuidadosamente estruturado para contar uma história coesa, com aproximadamente 25 músicas por show, deixando espaço para participações especiais e pequenas alterações no setlist.
Primeiro ato – O nascimento doloroso de Agust D
O tema principal do primeiro ato é conflito e identidade. É sobre como Agust D nasce da dor:
- Dor física: relacionada ao acidente de moto que causaria a lesão no ombro de Yoongi, provocando dores até ele poder operar (o que só aconteceu muitos anos depois, na pandemia).
- Dor psicológica: traumas e conflitos internos.
- Dor artística: Agust D nasce como alternativa para fazer outro tipo de música, diferente da música criada por SUGA para o BTS.
Então não espere um início “calminho”.
O show abre com o primeiro VCR, em estilo “noir”, sufocante, mostrando SUGA caído no chão, sob chuva intensa, uma referência ao acidente real que quase encerrou sua carreira antes mesmo de começar.
Corta para o palco, tomado por efeitos especiais de chuva e trovoadas. Ele não entra caminhando, ele é carregado pela equipe de dançarinos. O clima é pesado, e explode com a abertura de Haegeum, seguida por uma transição insana para Daechwita. E quando você acha que vai respirar, vem Agust D.
Note que essas músicas são, respectivamente, as principais da Trilogia da Cicatriz de Agust D: D-Day, D-2 e Agust D.
Poucos artistas têm coragem de começar um show com seus maiores sucessos ou “músicas de trabalho” logo de cara. Geralmente, eles são guardados para a apoteose no final. Mas Yoongi não é como os outros artistas…
Daqui em diante é só pedrada, com palco escuro e iluminação vermelha, fogo e chamas. Agust D não está para brincadeira. A vida não o poupa, ele também não facilita para você.
Depois de Give It to Me, ufa, é hora de respirar um pouco. Mas não muito.
Segundo Ato – Agust D “morre”
O tema do segundo ato, o mais longo e introspectivo, é vulnerabilidade. Agust D, apesar de toda a sua potência e força, não tem medo de assumir suas inseguranças. Ele mostra que há uma enorme força em admitir as próprias franquezas.
Há uma montanha russa emotiva construída nessa transição, que começa com um dos momentos mais icônicos do show, com Agust D ao violão tocando Trivia: Seesaw.
As músicas a seguir vão na mesma pegada emocional:
- SDL
- People
- People Pt. 2 (com direito a interação divertida com o público, mostrando que Agust D não morde 😊)
O clima volta a esquentar com Moonlight e Burn It.
Pausa para um VCR mais parecido com um filme de suspense, com ele sendo sequestrado por desconhecidos e preso num quarto. Ele está perdido, nas sombras. Atento a tudo o que está acontecendo, do lado de fora, como um deus com seu controle remoto, está SUGA. Ou seria Min Yoongi?
Voltamos para o palco, com uma performance incrível dele com dançarinos e efeitos especiais para Interlude: Shadow, seguido por mais um daqueles momentos que vão ficar pra sempre na nossa cabeça: Yoongi ao piano em Life Goes On.
Depois, ele nos garante que “tudo vai ficar bem” em Snooze e a jornada emocional continua com Polar Night.
Com a plateia aos seus pés, chegamos à apoteose em AMYGDALA. Yoongi colapsa no palco e é carregado para fora dele pelos dançarinos. A plateia nem respira.
Ato 3 – O renascimento de min Yoongi
Agust D morre, mas também renasce. Deixa para trás toda a dor e o trauma, e encara uma nova jornada. As múltiplas personas se fundem em um único artista, agora ainda mais completo – e não importa se você vá chamá-lo de SUGA, Agust D ou simplesmente, Yoongi. Agora eles são um só.
O VCR final simboliza o renascimento após a morte simbólica, preparando o público para o encore. O quarto onde ele estava queima. O fogo liberta. Yoongi não está mais preso.
Veja trecho do show em que SUGA Agust D diz: “Eu sou o SUGA ou Agust D ou Yoongi”
Este é o momento da catarse, da libertação exigida lá no começo do show, em Haegeum.
A sequência é matadora:
- D-Day: simbolizando o renascimento após a “morte” simbólica.
- INTRO: Never Mind: celebrando sua conexão profunda com o BTS.
- The Last: perfeita para um encerramento poderoso e visceral.
Nesse momento, o palco está completamente descontruído, simplificado. Agust D está livre, SUGA está bem e Min Yoongi sai por uma porta branca, com delicadeza e um sorriso no rosto, como se dissesse “eu volto já”.
O significado da integração das três personas
A turnê D-DAY foi construída em torno de um conceito visual e narrativo coeso que explorava temas de dualidade, destruição e renascimento.
Mas quem renasce? Bem, uma das possibilidades que se pode interpretar a partir da narrativa da D Tour é a integração das 3 personas: Min Yoongi, SUGA e Agust D podem, finalmente e em paz, ser apenas um.
Yoongi disse em entrevista no Weverse Magazine:
“Seja como SUGA, Agust D ou Min Yoongi, acho que esta performance incorpora a essência de quem eu sou como pessoa”.
Mas… Yoongi colocou o BU no meio da história?
A conexão entre a D-Day Tour e o Bangtan Universe
Declaradamente, não, já que ninguém falou oficialmente a respeito, mas o ARMY detetive achou o BU ali no meio, claro!
Tá, mas pra quem não sabe, o que raios é BU?
O Bangtan Universe (BU) é uma narrativa ficcional expansiva criada pelo BTS e pela HYBE, introduzida em 2015 com o álbum The Most Beautiful Moment in Life (HYYH).
Centrada em sete jovens enfrentando traumas, perdas e escolhas em uma linha do tempo não linear, o BU combina elementos de realismo mágico, como loops temporais, sonhos e símbolos (como fogo, água e espelhos). No BU, o personagem de SUGA é frequentemente ligado a temas de depressão e redenção.
E, sim, fãs nas redes sociais encontraram uma possível referência ao BU nos VCRs da D-Tour, especificamente na cena do “quarto pegando fogo”.
Aliás, a mesma referência já havia aparecido no teaser de lançamento da turnê D-Day, que também traz o fogo como tema.
No MV de I Need U, SUGA aparece em um quarto em chamas, simbolizando seu conflito interno. No BU, o fogo representa tanto destruição quanto transformação, e em D-DAY, ele reflete o processo dele de “queimar” seu passado para seguir em frente.
Mas o BU é ficção, e sua citação na narrativa pode ser apenas um fanservice, um easter egg para os fãs que curtem esse lado do BTS.
Confira o teaser de lançamento da turnê de SUGA Agust D, em abril de 2023
Elementos técnicos: palco, luz e efeitos da D-Day Tour
O palco também conta a história de SUGA Agust D.O cenário incorporava diversos elementos simbólicos. O fogo era um elemento central no design do palco, simbolizando destruição, paixão criativa e renascimento.
Além disso, para dar aquela ideia de “artista permanentemente em construção – e desconstrução”, o palco foi intencionalmente projetado com uma estrutura de aço rústica, dando a impressão de ser construído de forma crua, como se “ainda não estivesse pronto”.
Durante Interlude: Shadow, os dançarinos usavam o chão abaixo do palco para performar e criar um cenário semelhante a uma miragem ao redor dele, em efeito que emula o MV da música.
Como o palco se transforma durante o show
A redução progressiva do espaço do palco ao longo do show servia como uma poderosa metáfora visual para o processo de despojamento e essencialização.
Aos poucos, Yoongi SUGA “simplifica” o palco, se despe e se humaniza. Repare como no começo do show o palco é alto, cercado por chamas, agressivo. Ali é Agust D quem dá as cartas, raivoso, gritando para o mundo.
Aos poucos, ele vai “descendo” e se suaviza ao violão, como SUGA. Senta numa poltrona e liga a TV enquanto canta, e então se humaniza de vez ao piano, que está na mesma altura do público, no chão, quando resta apenas Min Yoongi e o ARMY.
Estrutura modular do palco:
- Dividido em nove painéis.
- A partir de Give It to Me, painéis começam a subir para o teto.
- À medida que o show avança, mais painéis desaparecem.
- No final, há apenas espaço suficiente para Yoongi ficar parado.
Segundo o diretor artístico que trabalhou com ele, Ha Jung Jae, a intenção era “construir um palco conceitualmente orientado, um palco nascido da necessidade de contar uma história, não apenas um palco bonito”.
Iluminação e atmosfera visual
A iluminação usava tons roxos, vermelhos e brancos, evocando a estética “noir” e cyberpunk de D-DAY.
Elementos de iluminação:
- Holofotes dramáticos e luzes estroboscópicas em Haegeum e Agust D.
- Luzes suaves e difusas em momentos emotivos como Life Goes On.
- Feixes de laser sincronizados com batidas em Burn It.
- Projeções de luz simulando trovões ou chamas .
A iluminação guiava a emoção do público. Por exemplo, durante AMYGDALA, luzes vermelhas pulsantes e sombras criavam uma sensação de angústia, refletindo os traumas pessoais dele. Já em Snooze, uma luz branca suave e focada simbolizava cura e serenidade.
Efeitos especiais que contam a história
Pode ser que em show de outros artistas, gelo seco, chamas e fumaça sejam apenas itens decorativos, mas estamos falando de BTS e até isso foi usado para “contar a história”.
Efeitos visuais:
- Chamas sincronizadas com batidas em Burn It.
- Explosões controladas em Agust D.
- Névoa densa em Moonlight (ambiente etéreo, quase onírico).
- Projeções de neve e auroras boreais em Polar Night.
Efeitos sonoros:
- Batidas de coração em AMYGDALA.
- Ruídos metálicos em Haegeum.
- Silêncio estratégico antes do piano em Snooze.
- Trovões em Interlude: Shadow.
Eles intensificam os sentimentos que as músicas provocam, criando contraste que incomoda e destaca a sensação de solidão e vulnerabilidade.
Coreografia e performance
Ah, não se engane pensando que, sendo um show de Agust D, não há espaço para coreografia porque tem, sim.
Enquanto Yoongi se concentra na performance intensa do rap ou ao microfone, cantando e tocando violão e piano, dançarinos atuam complementam algumas faixas com movimentos inspirados em artes marciais.
Figurino Valentino: minimalismo em preto e branco
A turnê trouxe um visual minimalista e ao mesmo tempo impactante. Os figurinos iam do urbano ao clássico.
O figurino refletia a dualidade e evolução de suas personas. Em sua apresentação de abertura em Nova York, ele usou um look personalizado da Valentino, marca da qual é embaixador e patrocinou as roupas da turnê.
Estilos de figurino:
- Peças estruturadas e de alfaiataria (lado polido de SUGA).
- Looks oversized e streetwear (estética crua de Agust D).
Paleta de cores:
- Preto e branco (maioria).
- Cinza ocasional.
- Detalhes em vermelho.
- Sempre tons escuros.
Agust D não é exatamente um cara colorido 😊.
“Only Galaxy”: Interações com o público
Yoongi conversava com o público, ria, se emocionava e dividia momentos pessoais, criando uma conexão real com os fãs.
Claro, tem aquela parte específica do show, já programada, em que ele desce do palco e interage com a plateia, mas o inesperado sempre rende os melhores momentos:
- Pegando o celular flip velhinho de uma fã para se filmar e morrendo de rir.
- A menina que o chama de “oppa” e o faz morrer de vergonha.
- Brincadeiras de pegar e soltar na mão.
- Dancinhas inesperadas e tropeços engraçados no palco.
Comunicação sem barreiras linguísticas
Durante todos os shows da turnê, Yoongi reservou momentos específicos para se comunicar diretamente com o público, apesar das barreiras linguísticas em diferentes países. Por exemplo, em seu show de abertura em Nova York, surpreendeu ao fazer um discurso em inglês, dispensando intérprete.
Fan chants que emocionam:
- Público cantando as músicas (mesmo em coreano sofrível, vale a empolgação).
- Fan chant oficial declarando o nome dos membros em Life Goes On.
- Momentos em que ele simplesmente para de cantar e fica olhando, sorrindo.
- Plateia mandando tudo em People Pt. 2.
Momentos especiais:
- Newark: Yoongi notou um cartaz “Sua música me salvou” e fez pausa para agradecer.
- Bangkok: o show coincidiu com aniversário de uma fã na primeira fila, ele liderou o “Feliz Aniversário”.
Ele ama muito o ARMY e isso fica para lá de evidente na D-Day Tour.
Momentos da D-Day Tour que a gente não vai esquecer nunca!
Além da participação para lá de especial de outros membros do BTS no encore, vários shows contaram com participações de outros artistas:
- Halsey: SUGA’s Interlude em Los Angeles.
- MAX: Burn It em Los Angeles.
- PSY: That That em Seul.
j-hope e Jin aparecem de surpresa
A gente chorou, nem tinha como não chorar. J-hope e Jin já estavam no serviço militar, mas estavam de folga e foram ao show final da turnê para apoiar o irmão.
Veja em
Veja o episódio especial do BangtanTV com Halsey e Max no palco e Jimin nos bastidores e plateia
Veja o episódio especial do BangtanTV com PSY no palco e Jimin, V e Jungkook nos bastidores e plateia
O violão com mensagens do BTS
Durante Trivia: Seesaw, Yoongi usou um violão que continha mensagens escritas à mão pelos outros membros do BTS.
É ele dizendo para todo mundo que está se apresentando solo, é verdade, mas ele é e sempre será o SUGA do BTS.
Ah, sim, não dá pra esquecer a carinha dele quando, em um dos shows, a corda do violão partiu!
Veja aqui:
Piano “esmurrado” para provar que é ao vivo
Além do violão, Yoongi demonstrou suas habilidades musicais tocando piano durante Life Goes On. E esmurrando o coitado “delicadamente” para provar que “aqui não rola playback, não!”
Veja em:
O colapso simbólico após AMYGDALA
Após Amygdala, Yoongi literalmente colapsava no palco e era carregado pelos dançarinos, uma cena chocante à princípio, mas com uma interpretação muito bonita: é a “morte” antes do renascimento. É preciso deixar para trás os traumas para renascer, livre.
Veja em:
A rave com EL CAPITXN e o “shibal”
junto com seu amigo, o também compositor e produtor EL CAPITXN, Yoongi transformou parte do show numa rave com música eletrônica e o icônico “shibal”, que ambos gritam animadíssimos ao microfone. Seria algo como “dane-se” (versão mais educada aqui… 😊).
Veja em:
As lágrimas nos shows de Seul
Especialmente nos shows finais em Seul, Yoongi ficou visivelmente emocionado e chorou, enquanto os fãs cantavam junto. Isso aconteceu repetidas vezes, em músicas intensas, como AMYGDALA e Dear my Friend, que foi incluída em algumas apresentações.
Veja durante AMYGDALA:
… e também em Dear my Friend:
A porta: símbolo de libertação
Então tivemos a porta no final do show do encore, a mesma, aliás, que aparece no MV de AMYGDALA.
No MV de AMYGDALA, Yoongi aparece numa sala, sozinho, com uma porta que ele tenta alcançar, mas não consegue abrir. É um símbolo dos traumas, das memórias que o prendem, de um “eu” que ainda está se libertando.
Mas no show, especialmente na parte final, essa porta aparece novamente como o momento simbólico em que SUGA “passa por” essa barreira: ele a atravessa, concluindo sua jornada de autoconhecimento e liberação.
Veja em:
Como cada show solo do BTS destaca talentos únicos
Agora que a gente assistiu os três primeiros shows solo dos membros do BTS, “caiu” a ficha: eles destacam os pontos fortes de cada um, e exploram ao máximo seus talentos únicos.
j-hope em sua turnê Hope on The Stage, destacou sua potência como dance machine, é óbvio, além de ser um performer completo, dono do palco como ninguém.
Jin surpreendeu a todos na sua #RUNSEOKJIN_EPTOUR fazendo um show que somente ele, em todo o k-pop (e talvez em todo o pop atual) poderia fazer: levou para o palco a diversão de um programa de entretenimento e mostrou que é um entertainer completo.
A turnê de Yoongi, por sua vez, se destacou por evidenciar o musicista, com seus instrumentos no palco, numa atmosfera mais “banda de rock”.
A SUGA Team: banda de músicos talentosos
Yoongi foi acompanhado por uma banda de músicos talentosos, a SUGA Team, composta por:
- Park Shin won (Shinwon): guitarrista.
- Lee Yeon jun: baixista.
- Kim Chang hyun: tecladista.
- Kim Jin hun (Jinhun): baterista.
- EL CAPITXN: produtor e DJ, amigo e parceiro de longa data [dele] (sim, aquele mesmo do icônico “shibal”).
SUGA Agust D: Road to D-DAY – Documentário dos bastidores
Sim, tem mais documentário pra assistir. Trata-se de SUGA: Road to D-DAY, que acompanha os bastidores do processo criativo dele (como Agust D) durante a produção do álbum D-DAY, com cenas em diversos países e momentos íntimos de composição, reflexões e gravações.
É uma “road trip” através de múltiplas cidades ao redor do mundo:
- Seul
- Tóquio
- Las Vegas
- Malibu
- São Francisco
- Chuncheon
- Pyeongchang
É também uma viagem interna ao mundo de Min Yoongi, dividido entre suas personas SUGA e Agust D.
Um dos momentos mais significativos do documentário é o encontro com o lendário compositor japonês Ryuichi Sakamoto, que colaborou com SUGA em Snooze e que viria a falecer pouco depois das filmagens.
Assista o trailer em:
Onde assistir os documentários de SUGA Agust D
SUGA | Agust D TOUR ‘D-DAY’ THE MOVIE e SUGA Agust D: Road to D-DAY estão disponíveis no Disney+.
Mas você pode assistir tudo através da ArmyTV, quer saber como? Clique aqui.
Quanto custa o show do Yoongi? Vai ter uma nova turnê?
Como a turnê já acabou e a próxima – ueba! – será a turnê de Comeback do BTS, não tem como saber se e quando teremos uma nova D-Tour. Por enquanto, para assistir SUGA | Agust D Tour D-Day The Movie ou você é assinante da Disney + ou da Army TV.
Yoongi está diferente depois do serviço militar?
SUGA ou Agust D ou Min Yoongi, a essa altura você já entendeu que pode chamar como quiser, já voltou.
Tem gente exigindo que ele apareça aqui e ali, que abra live ou poste coisas, mas… não vai rolar, e o motivo não tem nenhum segredo: Yoongi sempre foi mais “na dele” e, em tempos de produção de álbum, praticamente desaparece, de tão envolvido que fica no trabalho. Quando ele achar que tem algo para falar, ele vai falar. É mais simples do que parece.
O que vem acontecendo é que, em parte, existem muitas pessoas que entraram no fandom durante o serviço militar do BTS, e conhece, por alto, a personalidade deles apenas através de edits nas redes sociais. E não, isso não diz muita coisa.
Além disso, quem entrou no fandom na era D-Day pegou um Yoongi mega ativo, já que ele leva muito a sério seu trabalho e inventa mil formas de promoção. Teve lançamento de álbum e turnê mundial, uma sequência alucinante de vídeos, lives e toda espécie de conteúdo com SUGA Agust e, de repente, o silêncio de dois anos de serviço militar.
Veja Jimin dando uma forcinha para Agust D nas promoções da D-Day Tour
Mais que um filme, uma carta de amor
SUGA | Agust D TOUR ‘D-DAY’ THE MOVIE e SUGA Agust D: Road to D-DAY são mais do que registros de uma turnê e de um processo criativo. São uma carta aberta. Um testamento da arte como cura. E, acima de tudo, uma declaração de amor entre Yoongi e o ARMY.
Assistir aos documentários é entender que a jornada dele não foi fácil. Do acidente de moto que quase encerrou sua carreira antes de começar, passando pelas dores físicas e emocionais, até a coragem de expor suas vulnerabilidades em AMYGDALA – tudo isso está ali, cru e real.
A D-Day Tour não foi apenas uma sequência de shows. Foi uma catarse coletiva. Foi Yoongi dizendo: “Eu passei por isso, sobrevivi, estou aqui, livre e você também consegue”. E foi o ARMY respondendo: “Nós estávamos com você o tempo todo”.
Os três atos da turnê – conflito, vulnerabilidade e renascimento – não representam apenas a evolução de Agust D como artista. Representam a jornada de qualquer pessoa que já enfrentou traumas, que já se sentiu perdida, que precisou se reinventar para seguir em frente.
E talvez seja por isso que esses documentários são tão importantes. Eles mostram que não existe apenas um “eu” dentro de nós. Yoongi é Min Yoongi, é SUGA, é Agust D – e está tudo bem ser tudo isso ao mesmo tempo. A integração dessas personas não significa apagar quem você foi, mas aceitar todas as suas versões e seguir em frente.
Quando ele atravessa aquela porta branca no final do show, sorrindo, é como se dissesse: “Deixei o peso para trás. Agora posso voar”. E a gente, que assistiu tudo isso, também sente um pouco dessa libertação.
Se você ainda não assistiu aos documentários, assista. Se já assistiu, assista de novo. Cada vez você vai perceber um detalhe novo, uma camada a mais, um momento que passa despercebido na primeira vez mas que te emociona na segunda.
E você, ARMY? Qual foi o momento da D-Day Tour que mais te marcou? Foi o colapso em AMYGDALA? As lágrimas em Dear my Friend? A porta final? O violão com mensagens dos membros?
Conta pra gente nos comentários! Queremos saber qual parte da jornada de SUGA Agust D tocou mais fundo no seu coração. 💜
E se você ainda não viu os documentários, o que está esperando? Bora maratonar e depois volta aqui pra gente conversar sobre cada detalhe emocionante!

